segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Os 393 dias de Patrícia Leal no bunker

Patrícia Leal segura uma tiragem de "O Dia" (foto reprodução/facebook)


A população altoense acreditou em peso nas propostas de governar com austeridade as finanças públicas prometidas pela atual gestão em 2012. Para ser exato, 393 dias se passaram como num rápido piscar de olhos para a prefeita Patrícia Leal, que governa pensando na próxima eleição, sem ter saído do palanque. Deixa a desejar no que há de mais grave existente. Passa pelos percalços de sua administração, incólume, sem dar conta da realidade e pouco preocupa-se com a reação reprovativa da forma com que conduz o município.

Nos últimos meses, transferiu a sede da Prefeitura para sua própria residência, localizada a avenida João de Paiva, onde atende as pessoas que bem deseja. A utiliza como uma espécie de bunker, esconderijo com mantimentos necessários para sobreviver. Quanto mais passam os dias menos é vista na cidade.

Os problemas não são nada fáceis de serem resolvidos ou subjugados, sabemos. É inegável também que ainda tem muito pouco tempo de governo para julgar. Mas é erro demais para tão pouco tempo. A começar pelo infindável nepotismo e clientelismo praticados entre aliados, que oneram a folha de pagamento do município; da farra desenfreada com festas, às expensas públicas, claro! (quase R$ 1 milhão em 1 ano, dinheiro suficiente para aplicar numa digna reforma que o Instituto de Saúde José Gil Barbosa, o hospital municipal, tanto necessita; o financiamento escancarado da mídia local para acobertar e mascarar fatos do desleixe cometido; além de indícios claros de superfaturamento de obras.

Com tantos problemas, o povo esperava outra atitude da sua prefeita Patrícia Leal, que tanto prometeu e atirou pedras (de todos os tamanhos) no telhado de vidro dos outros. Agora, no seu telhado ninguém pode atirar pedras! A estapafúrdia defesa: agindo desta forma está agindo contra o "progresso" da cidade. E como são décadas de espera a juntar gestões anteriores, igualmente descompromissadas com anseios da população, lá se vão, ao que tudo indica, mais 4 anos, a repetir-se os mesmos tropeços, as mesmas falcatruas.

Se não bastasse, o governador Wilson Martins, que tem trabalhado como raríssimos antecessores, e principalmente pelos municípios, se tornando num misto inusitado de Governador-Prefeito, destinou obras de asfaltamento ao município que estão sendo realizadas como fossem ações do governo municipal. É o que contam os moradores. Durante as obras, placas do Governo do Estado foram sorrateiramente derrubadas, e conversas fiadas espalhadas do tipo "é a prefeita quem está botando asfalto!". O município entra na conta do descrédito do governante que trouxe as obras, situação criada por atitudes vexatórias como esta partindo de quem o administra, e com isso, a "prefeita que faz" fica agarrada a uma pontinha de prestígio que ainda lhe resta. 

Sua desaprovação nas ruas já é um cenário perceptível. Atualmente enfrenta uma pequena oposição na Câmara Municipal, representada pelos vereadores Carlos Augusto, Márcio Fontenele, Toni Rodrigues e João Campelo, exemplos bem vivos daqueles que sofrem reações raivosas pela força do poder quando vão contra seus interesses pessoais. Ninguém sabe ainda quando os outros vereadores perceberão que os altoenses, em sua grande maioria, decidiram mudar de lado, pois talvez permanecem lá [os vereadores da "base" aliada] não só pela propalada popularidade da prefeita. Sabendo disso, poucos destes ficarão inertes no barco,  onde marinheiros de primeira viagem não conseguem construir a "Nova História" - mote da campanha -  remando sem prumo, desesperadamente, para avistar a praia.

Enquanto o tempo passa, e a prefeita e seus secretários brincam de administrar um potencial município em expansão habitacional, mais problemas além dos inúmeros já existentes surgem, como o da criminalidade. Desde o dia 1º de janeiro deste ano, assaltos à mão armada acontecem invariavelmente quase todos os dias. É uma realidade lastimável que invade o município. Aventaram que os marginais pudessem ter vindo do Maranhão - pertencentes à penitenciária Pedrinhas, rebelados e fugidos no mesmo período em que aconteceram os assaltos.

Chegaram para comandar um espetáculo de assaltos seguidos, segundo informações, trazidos por informantes que residiam aqui. Mas a ilação até hoje permanece sem comprovação. A prefeita Patrícia Leal, por sua vez, nunca se pronunciou sobre os acontecimentos. Com escasso contingente de policiais, a saída encontrada era procurar o "colo" do Governo. Deu certo! Esquivou-se de mais uma responsabilidade, e até hoje não existe discussão para o problema da Segurança Pública - que chegou as consequências da morte de uma criança. Assim vai passando, pelo menos achando que despercebida...

Nunca se viu na História de Altos, uma gestão com tanta sanha e sede de poder. Nenhuma qualidade dos antecessores foi apreendida - o que existiu, raro, mas existiu. Ao contrário, muitos defeitos de todos os antecedentes parecem ter sido reunidos e mais outros acrescidos ao sabor da atual gestão num único governo. Porém, triste e lamentável é a situação em que a cidade continua a padecer: os bairros esquecidos; as crianças estão mais contaminadas em contato com a água e a lama decorrentes das chuvas; a criminalidade incontrolável; a educação vai de mal a pior; o problema na saúde permanece. A população está completamente entregue a toda sorte.

Se existe um paraíso entre o céu e a terra, este lugar, certamente, não é aqui!


Pedro Rodrigues

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