Presidente da Autraca e vice se desentendem
No primeiro dia de cadastramento dos trabalhadores, no domingo, 21, os sindicalistas José Claro, atual presidente da Autraca, e Fernando Menezes, aliado ao Partido dos Trabalhadores, ambos integrantes do movimento Acorda Altos, discordaram da adoção de um cadastro para beneficiar estudantes e trabalhadores com a redução tarifária da passagem, momento em que foi ocasionado um tumulto que findou com a presença da polícia. Segundo José Claro, o benefício precisa ser estendido para toda a população e vigore em todas as empresas que façam linha Altos / Teresina / Altos. "Esse cadastro não foi o que acertamos na reunião que tivemos com o secretário dos transportes. Em nenhum momento se falou em cadastro. Isso foi combinado depois", disse. Luzia Castelo, diz que "em nenhum momento lutamos e levantamos bandeira pela população inteira nem isso ficou acertado na última reunião".
Confira as entrevistas na íntegra:
Entrevista com o presidente da Autraca, José Claro
foto reprodução: José Claro de Oliveira
Houve desentendimento entre os líderes do movimento pela meia passagem?
- Não ficou acertado na reunião com o secretário [Avelino Neiva] dos transportes que haveria cadastro, inclusive no dia da reunião que tivemos com ele, apenas dois membros do movimento naquela ocasião não entenderam que o secretário se comprometeu em reduzir a passagem em três reais para todos sem restrição.
Quem ocasionou o tumulto em frente à biblioteca?
- O Fernando Menezes com algumas outras pessoas que discordavam também do cadastro. Apesar de eu pensar da mesma forma que eles, não tive nada a ver com as discussões. Não foi eu quem incitei nada."
E sobre o cadastro...
- Sou contra o cadastro. Porque ele pode barrar a licitação e a tentativa da empresa [Barroso] é essa. Entendo que o benefício precisa acontecer para todos. Isso de cadastro foi combinado depois."
Como ficou sabendo?
- Fui convidado para a casa da Luzia Castelo [vice-presidente da Autraca]. Lá, em reunião, ela se encontrou com o "Barroso" e resolveram aplicar esse cadastro. Não concordei com o que fizeram na reunião.
Então o que pretende fazer?
- Não posso falar por mim. O que vamos fazer é nos reunir com o movimento Acorda Altos, o verdadeiro, para que alguma atitude contrária seja tomada em relação ao cadastro. Nem que a gente tenha que voltar às ruas e interditar de novo. O que não podemos fazer é aceitar."
Entrevista com a vice-presidente da Autraca, Luzia Castelo
No primeiro dia de cadastramento dos trabalhadores, no domingo, 21, os sindicalistas José Claro, atual presidente da Autraca, e Fernando Menezes, aliado ao Partido dos Trabalhadores, ambos integrantes do movimento Acorda Altos, discordaram da adoção de um cadastro para beneficiar estudantes e trabalhadores com a redução tarifária da passagem, momento em que foi ocasionado um tumulto que findou com a presença da polícia. Segundo José Claro, o benefício precisa ser estendido para toda a população e vigore em todas as empresas que façam linha Altos / Teresina / Altos. "Esse cadastro não foi o que acertamos na reunião que tivemos com o secretário dos transportes. Em nenhum momento se falou em cadastro. Isso foi combinado depois", disse. Luzia Castelo, diz que "em nenhum momento lutamos e levantamos bandeira pela população inteira nem isso ficou acertado na última reunião".
Confira as entrevistas na íntegra:
Entrevista com o presidente da Autraca, José Claro
foto reprodução: José Claro de Oliveira
Houve desentendimento entre os líderes do movimento pela meia passagem?
- Não ficou acertado na reunião com o secretário [Avelino Neiva] dos transportes que haveria cadastro, inclusive no dia da reunião que tivemos com ele, apenas dois membros do movimento naquela ocasião não entenderam que o secretário se comprometeu em reduzir a passagem em três reais para todos sem restrição.
Quem ocasionou o tumulto em frente à biblioteca?
- O Fernando Menezes com algumas outras pessoas que discordavam também do cadastro. Apesar de eu pensar da mesma forma que eles, não tive nada a ver com as discussões. Não foi eu quem incitei nada."
E sobre o cadastro...
- Sou contra o cadastro. Porque ele pode barrar a licitação e a tentativa da empresa [Barroso] é essa. Entendo que o benefício precisa acontecer para todos. Isso de cadastro foi combinado depois."
Como ficou sabendo?
- Fui convidado para a casa da Luzia Castelo [vice-presidente da Autraca]. Lá, em reunião, ela se encontrou com o "Barroso" e resolveram aplicar esse cadastro. Não concordei com o que fizeram na reunião.
Então o que pretende fazer?
- Não posso falar por mim. O que vamos fazer é nos reunir com o movimento Acorda Altos, o verdadeiro, para que alguma atitude contrária seja tomada em relação ao cadastro. Nem que a gente tenha que voltar às ruas e interditar de novo. O que não podemos fazer é aceitar."
Entrevista com a vice-presidente da Autraca, Luzia Castelo
- Você quer que eu comece por onde? Pela última reunião?
Como desejar.
- Bem! Em todas as entrevistas
que dei em nome dos meus colegas da associação [Autraca] foi pautada na Lei 5.860,
onde garante que tem direito à passagem diferenciada quem puder comprovar que
viaja diariamente para Teresina. O diariamente corresponde aos dias úteis da
semana. E todas as decisões que tomei foram pautadas na medida da lei e sob a
orientação do promotor Fernando Santos, que sempre tem nos acompanhado desde o
dia em que o pedi para resolver o problema de Altos. De lá pra cá, ele [Santos]
nunca mais nos abandonou nem mesmo deixou de atender aos meus telefonemas nos
finais de semana.
E o que aconteceu na verdade?
- Em todas as manifestações, a
bandeira que nós levantamos e que eu levantei em nome de todos, foi passagem
diferenciada para trabalhador e estudante baseada na lei. Eu não sou ignorante
de desconhecer que a lei que abrange uma população das quatorze da Grande
Teresina, é a criada pela [deputada] Flora Izabel, que reduz o preço da
passagem de sete para quatro reais. Essa lei sim protege a população como um
todo dentro da sociedade. Mas existe esta lei que eu já lhe falei que é a lei
para trabalhadores e estudantes. Foi por essa que eu lutei. Foi por essa que
nós lutamos.
Então, os manifestos foram em prol somente dos estudantes e
trabalhadores?
- Em nossas manifestações,
inclusive as últimas três, todos que estavam lá pegaram o microfone para brigar
pela passagem diferenciada. Que os pais de família estavam gastando muito com
oito reais e que os trabalhadores estavam dormindo em Teresina e outros até
perdendo seu emprego. Tudo foi voltado em cima do trabalhador. As faixas que lá
estavam era para trabalhador e estudante. Em nenhum momento alguém pegou o
microfone para pedir que Altos, tinha que baixar a passagem pra todo mundo.
O que aconteceu na reunião com o secretário dos transportes?
- Entregamos uma pauta das
reivindicações em que o senhor José Claro [presidente da Autraca] assinou a
reivindicação que foi digitada. Qual era a reivindicação que estávamos querendo
com ele naquele momento? Passagem diferenciada para trabalhador e estudante,
licitação da linha. Depois de muitas discussões, o Zé Claro disse para o secretário
[Avelino Neiva] que tinha uma empresa [de ônibus] que telefonava pra ele
direto, dizendo que se ele quisesse colocaria o preço [da passagem] a dois e
dez (R$ 2,10). O secretário perguntou durante a reunião quem teria dito essa
história e ele se calou. E eu disse: Zé Claro foi você quem disse! Você sempre
nas nossas reuniões dizia que tinha uma empresa... diga agora para o
secretário!
O José Claro pede o valor equivalente ao vale transporte cobrado em
Teresina...
- Ele sempre vem querendo
aterrorizar a população de Altos, dando essa esperança. Não é que eu seja
contra. Mas ele não apresentou em nenhum momento o nome dessa empresa. O Fernando
[Menezes] teve lá presente e não defendeu o colega dizendo que existia essa empresa.
O secretário deu um ‘rala’ nele. Aí pronto, se desconversou.
O que aconteceu depois?
- Então o secretário deu uma
sugestão. Convocou o pessoal da Barroso para
conversar com ele em outra sala. Ninguém questionou se estavam conversando ou
não. Demoram e depois voltaram. A sugestão do secretário foi que a partir de
segunda [dia 22 de julho], e dentro dum prazo de sessenta dias, a passagem seria de três
reais. No momento ele não falou que seria apenas para trabalhador e estudante. Lá
dentro [da secretaria] tinha um vereador que começou a jogar pra tudo quanto
era mídia que essa passagem era pra todo mundo. Mas quem vem acompanhando sabe
que as nossas reivindicações não eram em cima disso. Aí o que foi que causou? Quando
chegou aqui em Altos, a [empresa] Barroso
nos procurou, e claro que ela tinha que nos procurar! E pediu uma reunião
de imediato porque a determinação era para valer a partir de segunda-feira. Então
convidei o seu Carvalho para uma reunião na minha casa, onde algumas pessoas da
associação estiveram presentes, e ele perguntou como é que iria ser feito o
cadastro. O Zé Claro “pulou” lá em cima. Disse que teria que ser para a
população toda.
Ficou decidido o que?
- Liguei para o secretário e me
disse que não negociou nada com representantes da população toda, mas sim com
representantes dos trabalhadores e estudantes. Disse que o que fez em Altos foi
o mesmo procedimento que adotou com o município de José de Freitas, e por isso
não poderia cometer qualquer injustiça. O secretário disse ainda que não tinha
poder de baixar passagem de uma população. Então fizemos votação para quem
concordasse o que ficou acertado. Nós ganhamos e eles ficaram desesperados. Aí
ele [Zé Claro] começou a me insultar com palavras levianas, e ameaçando fechar
a BR. Me acusou de proteger a Barroso.
Eu tenho uma mensagem muito boa com a empresa Barroso, não com a prefeita Patrícia Leal, mas com a Prefeitura,
tenho com o promotor Fernando Santos. E eu não admito que esse rapaz venha
agora tentar denegrir a minha pessoa. Estou como voluntária. Não estou ganhando
nada. Pelo contrário, gasto e muito dentro desta empresa [Barroso]. Agora era
louvável mesmo se ele tivesse essa empresa a dois e dez. Foi isso que
aconteceu. Se possível a passagem para todos eu seria também de acordo. Então a
nossa luta, é uma luta bonita, é uma luta inquestionável. Infelizmente quem tem
boca fala o que quer.
Sua relação com a empresa Barroso.
- Eu não tenho vergonha nenhuma
de dizer que tenho uma amizade boa com a empresa Barroso. Assim como por todos os lugares onde passei construí
amizades.
Quantos trabalhadores já foram cadastrados desde domingo?
- Os cadastros [dos
trabalhadores] estão financiados pela empresa Barroso como o cadastro dos estudantes estão sendo financiados pela
Prefeitura. Porque a associação não tem nenhum fundo e nem tem obrigação de ter
material disponível para fazer. E uma das preocupações foi essa. No primeiro
cadastro eles [Barroso] me mandaram quinhentas cópias. Sobraram umas duzentas e
cinqüenta mais ou menos. Ontem me mandaram mais quinhentas e depois pedi mais
duzentas. Ainda não fiz essa contagem [dos trabalhadores cadastrados]. Na estimativa,
uns quatrocentos trabalhadores.
Está confirmado o subsídio da Prefeitura para agosto?
- O subsídio já está até porque é
um Projeto de Lei. Agora o que me deixa ociosa é que até o momento não fomos
convidados para assumir como conselheiros. E já que a gente vai ter que cadastrar
novos estudantes isso vai ocasionar uma demora. Os estudantes que nos procuram,
estou dizendo que o que podíamos fazer já foi feito, que foi cadastrar. O resto
é com a Prefeitura. Quem não conseguiu se cadastrar haverá um novo cadastro. Mas
é uma resposta que tem que se pegar com a Prefeitura. Nunca mais a prefeita
[Patrícia Leal] me ligou. Nunca mais me procurou para falar sobre o cadastro, e sobre
a posse.
Então a prefeita não se mostra acessível...
- Não, eu não a procurei! Estou esperando
ela procurar. E acredito que ela esteja acessível sim. Só acho que deveria dar
continuidade. Tem que ter a posse e temos que agir para cadastrar os
estudantes. Acho demorado. Mas eu mesmo não vou mais procurar para falar sobre isso.
Até porque já fiz minha parte até aí. Eu só espero que a partir do dia primeiro
[de agosto] os estudantes já estejam pagando com o benefício em mãos.
Deseja acrescentar algo mais?
- Não, Pedro. Muito obrigada!
Qualquer coisa se precisar estamos aqui!
Pedro Rodrigues
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